Depois de tantos dias chuvosos este Sol que hoje nos aqueceu deu-nos para celebrar com fotos e comentários eufóricos a possibilidade próxima de uma Primavera acalorada.
Sendo mulher quando penso em dias mais quentes penso em corpo mais exposto, penso em biquini e em praia, logo penso em dieta.
A milionária indústria das promessas milagrosas vive essencialmente à custa de mulheres com eu, ou seja, todas! (mesmo as magras...)
Não é que os homens não se preocupem com a figura. Preocupam-se cada vez mais!
Mas enquanto que um homem admite que se tem barriga é porque abusa na cerveja e nos petiscos, se alarga é porque leva uma vida demasiado sedentária, uma mulher atribuí sempre os aumentos de peso a questões metabólicas, hormonais ou nervosas, jamais a deslizes gastronómicos ou à pouca assiduidade ao ginásio.
Acresce ainda que os homens não se martirizam tanto com o peso. Talvez porque as mulheres são mais tolerantes para um desvio de 5 quilos no abdómen do seu parceiro do que para um aumento de 500 gramas localizado no seu próprio traseiro!
Sendo que as mulheres encontram sempre justificações para o seu peso que pouco têm que ver com os seus hábitos são alvo fácil para produtos que prometem o efeito equivalente a trinta e cinco operações plásticas, tudo incluído num comprimido, integrado num creme ou derretido num xarope.
São muitas as pessoas que acreditam, com uma fé próxima da crença mística, que existem poções mágicas capazes de implodir com a celulite das coxas ou detonar excessos de açúcar e de hidratos de carbono.
No Reino Unido o negócio das dietas está avaliado em 2 biliões de libras. Nos Estados Unidos, um estudo realizado em 2011 pela Market Data Enterprises Inc. avaliava esse mercado em 60,9 biliões de dólares, o que representava um crescimento brutal já que em 2008 a mesma empresa estimava que o mesmo mercado valia 58,6 biliões de dólares.
Numa época de recessão como a que atravessamos, encontrar um mercado com tais taxas de crescimento é um verdadeiro banquete!
Apesar de não ter encontrado dados sobre o mercado português (também não procurei muito, confesso) intuo que também por cá o desejo de emagrecer seja um negócio apetitoso. O que se verifica é que em contextos de crise as pessoas poupam na ajuda especializada ficando mais vulneráveis às sugestões do marketing, que contas feitas poderão revelar-se tão ou mais caras do que uma série de consultas num nutricionista.
Estamos a chegar à temporada em que todas as revistas femininas vão trazer suplementos de beleza com sugestões de regimes e de tratamentos que encolhem qualquer corpo roliço pelo menos dois tamanhos. Vale sempre a pena saber o que se vende por aí e conhecer as modas na alimentação que são tendência entre as vacas magras. Convém contudo perceber que se esses milagres fossem de facto possíveis jamais estariam acessíveis por um par de euros numa ervanária ou numa farmácia...
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