segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Marketing com conteúdo

Assumindo que a expressão "content marketing" se pode traduzir como "marketing com conteúdo" pergunto-me se a assunção de que existe tal versão de marketing implica aceitar que existe muito marketing vazio...
A definição formal é a de que o marketing com conteúdo é uma técnica que visa a criação e difusão de informação relevante, com o objectivo de atrair, interessar e envolver um público claramente identificado, designado por audiência.
Blá, blá, b...
No marketing tradicional a tal audiência tem muitos zeros, na quantidade de pessoas mas também na forma como estas são consideradas pelos estrategas. Cada potencial consumidor é um zero anónimo descrito com apelo a umas tantas variáveis que o arrumam e empurram entre segmentos.
Sabemos todos que no contexto actual os anúncios televisivos são ignorados, a publicidade na imprensa ou em outdoors tem carácter paisagístico, os spots de rádio têm de competir com a menina do GPS ou com uma chamada de telemóvel, os banners e botões que aparecem no écran quando surfamos pela internet são uma espécie de mosquito que enxotamos com um simples deslizar de dedo.
Os consumidores recebem cada vez mais informação embrulhada em pacotes bonitos, a apresentação de um produto em forma de emoção tornou-se banal, a proposta de compra como uma experiência sensorial imperdível raras vezes é percebida como credível. As empresas que se refugiam nas técnicas tradicionais de comunicação sujeitam-se a uma posição secundária na "liga dos últimos" num campeonato onde são cada vez mais altas as paradas e mais exigentes as expectativas.
A partir do momento em que existe uma marca que comunica em tempo útil via Twitter é legítimo que se gere uma ânsia de comunicação bidireccional entre o consumidor e as outras marcas que o motivam.
Nós, enquanto consumidores, tendemos a absorver conteúdos de origem variada antes da tomada de qualquer decisão de forma instintiva, compulsiva ou paranóica. Não o fazemos porque somos esquisitos, picuinhas ou nerds. Recorremos a esta plêiade de informação tão vasta e diversificada quanto possível apenas porque podemos, porque ela está lá, e já agora porque acreditamos que este conhecimento que precede uma tomada de decisão faz de nós menos parvos, mais astutos e excelentes homens/mulheres de negócios.
Do lado da empresa, esta capacidade para passar informação de uma forma que não seja monótona nem monocórdica, encontrando os meios, as formas e as palavras para interessar o público-alvo não é uma tarefa com princípio, meio e fim mas sim um colossal desafio contínuo.



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