Segundo a Wikipedia, a palavra narcisismo "descreve a característica de personalidade de paixão por si mesmo".
As pessoas narcisistas desenvolvem uma preocupação excessiva com elas próprias e com a forma como são percebidas pelos outros. Os indivíduos em que esta característica se manifesta derivam a sua satisfação pessoal de uma certa vaidade egocêntrica, da forma como valorizam os seus atributos físicos ou intelectuais para obterem a admiração e o respeito dos que com eles se relacionam.
Num contexto em que estamos todos viciados em redes sociais várias são as vozes que afirmam que os social media estão a potencial uma sociedade narcisista.
Verdade! Não é preciso ser psicólogo nem cientista para chegar a tal conclusão.
Eu própria assumo a leviandade de me publicar como marca, debitando uma série de textos através dos quais me pretendo fazer valer por culta ou erudita, com uma grande conhecimento ou pelo menos uma imensa curiosidade por temas que espero valorizem a minha personalidade profissional. Antes isto do que andar a publicar fotos com frases bonitas com presunção de profundidade atribuídas de forma quase aleatória a personalidades como Churchill ou Bob Marley.
Um estudo da California State University associa o abuso dos social media a uma série de disturbios de ordem psiquiátrica como déficit de atenção, depressão, comportamento obsessivo-compulsivo, hipocondria, esquizofrenia ou voyeurismo.
O fenómeno existe e creio que todos o identificamos em muitos dos feeds em que tropeçamos diariamente. Sabemos também todos, por experiência nessa arte que é "andar muitos anos a virar frangos", que existe uma propensão natural para as pessoas revelarem de si apenas os aspectos que as engrandecem - os melhores ângulos nas fotografias, os jantares gourmet, os fins-de-semana em hotéis com ar de luxo, as músicas socialmente correctas e as frases supostamente inteligentes -, ou até desenvolverem uma espécie de alter-ego que não corresponde ao anónimo médio cuja vida se resume ao percurso casa-trabalho, a uma existência monocromática onde é residual o contacto com seres humanos.
Apesar de assumir que estou um pouco viciada nisto quero acreditar que tenho o discernimento suficiente para não me transformar num case study psiquiátrico!
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