O marketing pessoal trata da forma como nos posicionamos perante os outros e o quanto somos consistentes na proposição de serviço* que lhes apresentamos.
O marketing pessoal trata das qualidades que queremos valorizar mas não se limita à personalidade profissional.
Na amizade, no amor, em todas as relações interpessoais dos mais variados tipos proporcionamos aos outros uma experiência, algum tipo de emoção com significado, cuja magnitude e impacto nem sempre dominamos a nosso favor.
O marketing pessoal é uma estratégia de desenvolvimento consciente das emoções que queremos desencadear nos outros.
O marketing trata da gestão de experiências e nós enquanto seres humanos somos laboratórios vivos de sensações e de combinações químicas.
O primeiro passo do marketing pessoal é amar a nossa marca!
A definição da marca começa pela identificação de todas as qualidades e características que a diferenciam.
No marketing pessoal existe um trabalho prévio de introspecção, de auto-conhecimento, para definir quem somos, como somos, que pontos fracos temos de melhorar e quais os pontos fortes que devemos optimizar, destacar e valorizar de forma a sermos melhores pessoas e a sermos percebidos como tal pelos outros.
O ideal é que durante esse processo de identificação de qualidades não sejamos reféns da tentação de construir uma persona que tem sucesso social, é apreciada e recrutada mas que no final é apenas uma parcela forjada do que somos como um todo.
A felicidade absoluta é uma quimera.
Se a felicidade absoluta é um conceito cósmico e infinito então temos de almejar uma felicidade relativa, viável, tangível. A felicidade q.b. resulta de uma combinação equilibrada entre todos os critérios ambivalentes que identificamos como determinantes para a felicidade possível. Complicado? Não.
Durante anos achei que a minha felicidade se media pelo salário, pela cilindrada do carro e pelos fringe benefits. Hoje sou feliz com um salário que me paga as despesas fixas e me permite manter um reajustado estilo de vida, pois descobri que muitos dos factores que tinha como fundamentais para a minha felicidade eram apenas argumentos sociais que me permitiam obter reconhecimento e prestígio.
A vaidade não é uma variante da felicidade, daí que tantas pessoas descubram o quão felizes podem ser quando voluntariamente fazem um downshifting.
Ao contrário do que somos levados a acreditar pelos modelos sociais vigentes, a felicidade não tem como fonte primordial o nosso status e a nossa carreira. Somos demasiado exigentes connosco próprios e força-mo-nos até à exaustão tentando ser bons profissionais, bons pais, bons maridos/mulheres, bons filhos, bons irmãos e bons amigos, sendo que a performance que esperamos é a excelência e não um "satisfaz +".
Somos infelizes porque somos humanos e nos exigimos uma performance de deuses.
Se aceitarmos a nossa condição de mortais com falhas e pecados, se entendermos que a única opinião importante é a das pessoas que nos amam e respeitam incondicionalmente, então retiramos da nossa escala uma série de critérios que são fonte de frustração e de stress.Em síntese, temos de ter uma marca pessoal, uma marca que revela quem somos na nossa original autenticidade e não uma pessoa plástica, com características e propriedades manipuladas em função das expectativas de anónimos.
A pessoa real que somos tem de ter valor, sendo certo que a esse valor corresponde um rácico custo-benefício, entre o quanto estamos dispostos a abdicar em termos materiais e sociais a favor de uma existência mais pacífica e feliz.
Tentar fazer um marketing pessoal orientado para a felicidade não equivale a adoptar um estilo de vida hippie (as empresas socialmente responsáveis não deixam de estar orientadas para o lucro).
Ser uma marca feliz é apenas identificar os alicerces para a felicidade, calibrando as qualidades que nos diferenciam e valorizam para conseguir erguer uma casa com telhado e com alma que nos abrigue até ao fim dos nossos dias.
*"Serviço" em sentido lato, entenda-se!
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