Não sei muito bem porque tenho ZON em casa. Na prática parece-me que estaria igualmente satisfeita com qualquer outra alternativa. Nestas coisas de operadores, para lá dos acordos de fidelização, existe um argumento que favorece a manutenção dos clientes: a preguiça (que para muitos é uma grande desculpa à mudança). Gosto do conceito Iris mas não reconheço neste operador nenhuma vantagem competitiva única e inigualável pelos competidores.
Quanto à Optimus, acho-a uma marca fresca e simpática, quase juro que com maior cobertura de rede que as demais. Gosto da Optimus e de tudo o que esta arrasta consigo desde a música dos Beattles reciclada nas mais improváveis versões aos festivais de música como o Optimus Alive.
A comunicação da Optimus é fantástica, jovial, inovadora; a da ZON tem aquela linha que separa de fácil retenção na memória mas não proporciona um momento "smile" como consegue quase sempre a marca laranja.
A Optimus e a Zon estão juntas, fundiram-se, assisti ontem ao funeral de ambas numa celebração animada pelos Fura del Baus com mais momentos sofríveis do que instantâneos fantásticos.
Do ponto de vista emocional, como leiga, alheada de todos os pressupostos de marketing e das guerrilhas estratégicas por quota de mercado, sinto alguma nostalgia pela perda de duas marcas que fazem parte do meu quotidiano. Confesso que fiquei até um pouco chocada pela forma fria como as duas marcas foram executadas, exterminadas e enterradas para sempre, percebendo-se a clara intenção de apagá-las no mais curto espaço de tempo das nossas lembranças.
Segundo o CEO e outras cabeças pensantes da nova marca que a partir de hoje invadiu o mercado, esta fusão tem um claro objectivo estratégico. Questiono contudo as assunções que suportam que uma marca como a NOS é a melhor defesa ou a melhor arma de arremesso contra uma MEO já consolidada.
O novo logo da NOS é feio, soa a anos setenta. Os valores da marca passaram ontem de forma pouco coerente para quem se deslocou à Praça do Município para assistir à promessa de Nirvana anunciada massivamente. Creio que esta fusão que fulminou duas marcas com um posicionamento de marca claro, uma linha de comunicação consistente e uma orientação para o cliente assente em pilares sólidos, incorre no risco de não trazer qualquer mais-valia para o consumidor tão pouco uma vantagem competitiva forte e distintiva face à concorrência.
Daqui a três meses já estaremos em condições de fazer o balanço deste esbanjamento de dinheiro em publicidade com falhas graves na comunicação do posicionamento...
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