É inevitável.
Chegamos a esta altura do ano e somos compelidos a fazer um balanço do ano que termina e um plano para o que se aproxima.
Todos temos objectivos a atingir. Muitos são sonhos disfarçados de projectos. Outros são apenas desejos etéreos, um "nice to have" ou "wish to have" que não ousamos verbalizar por nos parecerem intangíveis e ingénuos.
Seja como for, entraremos em 2014 munidos de uma lista de coisas a fazer. Presumo que este planeamento mental de alguma forma nos confere segurança. Queremos ser melhores pessoas, melhores profissionais, melhores maridos/mulheres, melhores pais, melhores filhos.
Queremos estar mais presentes. Queremos viajar mais. Queremos que o ano seguinte seja melhor do que o que termina e acreditamos que as metas que definimos vão dar mais sentido e conteúdo à nossa existência.
O problema dos objectivos, na vida pessoal como na das empresas, é que caímos na tentação de construir afirmações bonitas que soam bem como estratégia mas não fazemos a menor ideia do que é necessário fazer para atingir tais propósitos.
Na minha humilde perspectiva, tão importante como definir objectivos é definir os processos.
Por exemplo, se eu tenho como objectivo correr uma meia-maratona sei que tenho de treinar a sério. Para já consigo correr 10 quilómetros mas esta distância corresponde apenas a metade da prova. Em 2014 vou ter de conquistar os quilómetros que me faltam. Para tal tenho de estabelecer um plano de treinos no pressuposto de que a melhoria de performance se fará passada a passada, não vai surgir de forma espontânea em jeito de milagre.
Qualquer objectivo não alcançado é uma fonte de frustração imensa. O ser humano tem esta tendência masoquista para fazer depender a sua felicidade da realização de coisas.
Se nos focarmos apenas no objectivo só ficamos felizes quando cruzamos a meta.
Se definirmos que cada objectivo pressupõe um caminho e que este caminho tem etapas, conseguiremos celebrar pequenas vitórias à medida que avançamos no trajecto. Se no final não chegarmos exactamente ao ponto que queríamos a sensação de frustração não será tão forte.
Para mim, se conseguir fazer treinos regulares de 15 quilómetros em vez de 10 já terei progredido imenso!
Esta técnica de "pensamento positivo", a ladainha da lavagem cerebral em que se baseia "O Segredo", permite-nos sobreviver sem grandes cicatrizes às nossas fraquezas e erros.
Por muito céptica que seja em relação a estas histórias relacionadas com a "Teoria da Atracção" tenho como facto que aquele que perde demasiado tempo a olhar para as pedras do caminho jamais construirá um castelo...
Sem comentários:
Enviar um comentário