domingo, 29 de dezembro de 2013

Marketing pessoal

Diz-nos o marketing que devemos ser capazes de identificar vantagens competitivas e de criar mecanismos para que estas sejam valorizadas pelos outros.
No caso do marketing pessoal o que proporcionamos são experiências, um conjunto de emoções que derivam da forma como fazemos o nosso trabalho, como interagimos em sociedade, como fazemos os outros sentir-se na nossa presença.
Construir a "marca EU" é um esforço deliberado e consciente de desenvolvimento de um conjunto de qualidades e características que oferecemos como serviço sensorial aos que nos rodeiam. Eu, por exemplo, adoro fazer os outros rir apesar de perceber que para certo público-alvo esta minha propensão para o humor me faça parecer infantil ou ingénua. O que pondero quando reflicto sobre a minha forma de encarar a vida é se devo permanecer igual a mim própria em todas as circunstâncias ou se devo refrear os meus instintos e ser mais séria nos momentos em que o riso funciona como força de bloqueio.
As marcas não agradam a toda a gente. Acredito por isso que se deliberadamente optarmos pela esquizofrenia falhamos como amadores na consolidação de uma identidade.
Os profissionais têm bem identificadas os atributos das marcas que gerem e apoiam-se nestas para construir o perfil de cada marca. A nossa marca pessoal também deve ser edificada sobre o conjunto das nossas características mais relevantes e diferenciadoras. O esforço de criar uma marca sobre os atributos mais susceptíveis de agradar aos outros e que não correspondem necessariamente aquilo que somos pode ser um trabalho inglório que resulta num produto cujas qualidades o mercado não reconhece.
Assim sendo, o primeiro passo para criar a marca pessoal é ser realista em relação aos nossos pontos fortes, sem falsas modéstias nem narcisismos, eventualmente com o contributo dos que nos são próximos. A partir daí, identificar para que público tais características são percebidas como vantagem. O sentido de humor, por exemplo, não é bem recebido no conselho de administração de uma organização tradicional e austera, mas pode ser um excelente catalisador produtivo na gestão de uma equipa ou de um projecto.
Tão importante quanto identificar que tipo de marca somos é definirmos o tipo de marca que queremos ser. Prefiro continuar a ter a oportunidade de rir das coisas parvas do dia-a-dia do que confinar-me ao espartilho controlado de um fato cinzento.
A questão fulcral é que os atributos que queremos desenvolver e fazer sobressair nos façam tão felizes quanto bem sucedidos, sendo certo que a felicidade deriva do nosso sucesso.


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