segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Blue Monday

Esta manhã ouvi na rádio que hoje era o dia mais triste do ano. Nada como notícias destas para nos animar no caminho para o trabalho!
Aparentemente a determinação de que a terceira segunda-feira de Janeiro é o dia mais infeliz do ano obedece a fórmula científica.
Sucede porém que, neste caso, a conclusão melancólica não é mais do que uma golpada de marketing patrocinada por uma agência de viagens, que em 2005 pagou a um psicólogo para corroborar, através de uma série de teorias com probabilidade matemática, a existência de uma blue monday, o dia ideal para marcar uma viagem.
Há estratégias publicitárias mais simples, que provavelmente são até mais eficazes!
O mesmo psicólogo, um verdadeiro relações públicas, ao que tudo indica foi também contratado pela marca de gelados Walls (homóloga da Olá) para identificar, com recurso a idêntico raciocínio exato, o dia mais feliz do ano. Este ocorrerá a 21 de Junho, caso queiram tomar nota.
As variáveis que o dito charlatão com PhD (Cliff Arnall da Universidade de Cardiff, para que conste) avançou para a fórmula da infelicidade são:
Clima 
(por acaso, apesar do frio, hoje esteve um Sol maravilhoso);
Dívidas 
(são uma constante da vida, tão concreta e definida como outra coisa qualquer);
Nostalgia do Natal 
(pode ser, mas há quem já sonhe com Carnaval, com a Páscoa, com o Verão... 
o ano faz-se em ciclos e depois de umas décadas de tarimba ficamos acostumados);
Depressão pós-resoluções de Ano Novo 
(que invariavelmente se não cumprem, como a promessa de deixar de fumar ou a tal dieta que em duas semanas nos faria emagrecer 7 quilos!)

O dia mais triste do ano é um mito que não tem tido grande aproveitamento por parte das empresas, como sucede com outros eventos criados a partir de outras fábulas, como a Black Friday.
Não é preciso ser psicólogo, cientista ou meteorologista para inferir que o clima afecta o nosso estado de espírito e que o Inverno é mais propenso a estados depressivos pela ausência de luz solar.
A poética expressão anglo saxónica feeling blue tem um equivalente académico cujo acrónimo é S.A.D. (Seasonal Affective Disorder), uma espécie de depressão cíclica provocada pelo deficit de melatonina.
Para além dos químicos com que se tratam este tipo de patologias parece que os hidratos de carbono são o equivalente a uma dose generosa de raios de Sol, principalmente os hidratos complexos como os dos doces!
A blue monday decretada para hoje não deve servir de desculpa para ficar na cama com medo que o céu nos caía em cima mas antes ser usada como argumento incontestável para comer uns quadradinhos de chocolate....
Os markeeters da Mars e da Nestlé devem estar atentos a estes impulsos únicos para o consumo...

domingo, 18 de janeiro de 2015

CEO da marca "EU"

A gestão da marca pessoal é fundamental para prolongarmos o ciclo de vida do produto que somos.
Em primeiro lugar, qualquer que seja a nossa formação, idade ou percurso profissional devemos sempre considerar-nos como uma marca.
Porquê?
Somos inequivocamente seres únicos, uma combinação genética muito particular de células, umas tantas características inatas e muitas outras que adquirimos ao longo da vida, que determinam a forma como agimos perante desafios, como resistimos e reagimos a adversidades, como competimos ou meramente sobrevivemos a cada dia.
Somos seres humanos em mutação, cada vez mais complexos e completos, idealmente tão mais sábios quanto mais velhos. Somos também trabalhadores em processo contínuo de formação e de aprendizagem, pelo que, mesmo não estanho activamente à procura de emprego, por questões de ego ou meramente de auto-estima, devemos querer ser percebidos como marca premium e não como commodity, no mercado de trabalho.
Em segundo lugar, sendo uma marca, devemos reavaliar-nos periodicamente, pelo menos fazer planos estratégicos anuais, olhando para nós, para o que conseguimos, para o que queremos e para o que queríamos há doze meses, com sentido crítico e objectivo de forma a avaliar a consistência do produto que comunicamos.
Ser CEO significa ter poder. 
No caso da marca pessoal, independentemente dos reveses e azares que o destino nos prepara, está nas mãos de cada um controlar e gerir a sua reputação. As nossas acções devem todas ser consistentes com a manutenção de um conceito único, distinto e credível.
A checklist da gestão da marca incluí os seguintes pontos:
1. Identificar as nossas mais-valias
isto é, as características pessoais ou combinação de atributos que fazem de nós uma pessoa difícil de imitar. Esses pontos fortes têm necessariamente de ser relevantes para o ecossistema que identificamos como o nosso mercado de trabalho natural.
2. Identificar o que é relevante na indústria em que trabalhamos (ou queremos trabalhar)
Depois da licenciatura, os estágios e empregos que aceitamos empurram-nos ou puxam-nos inevitavelmente para uma determinada indústria. Se identificamos que a indústria em que entramos não nos fascina devemos procurar rapidamente uma alternativa pois o mais certo é que, depois de uma experiência superior a dois anos numa área (como mandam os requisitos de recrutamento), façamos a nossa evolução futura nessa mesma área. Quanto mais perdurarmos nesse negócio mais dificilmente conseguimos mudar.
As empresas procuram tendencialmente especialistas e não gerenalistas por isso a coerência acaba por ser imposta pelo próprio mercado.
O ideal é que o nosso nome seja uma referência positiva no mercado, entre quem nos paga o ordenado, clientes, fornecedores e concorrentes.Devemos por isso ter uma cautela imensa quando nos pronunciamos sobre entidades que gravitam na nossa órbita pois qualquer uma destas pode ser um potencial empregador.
3. Construir um perfil social coerente em todas as redes sociais
São vários os casos de pessoas que foram desmascaradas, devassadas ou humilhadas pelo que partilhavam no FaceBook quando mantinham uma sóbria imagem de fato e gravata no LinkedIn. Pesem-se as diferenças entre a pessoa que somos em família ou entre amigos, de camisa com palmeiras e chinelo no dedo, devemos manter privadas as fotografias que não nos dignificam e reservados os comentários que podem ser polémicos. A liberdade a que temos direito não fica de forma alguma limitada mas apenas e só circunscrita a um universo particular.
4. Partilhar conteúdos de forma sistemática
Há quem crie conteúdos ou quem simplesmente copie links. Independentemente do mérito e da capacidade criativa, a web não é meramente um espaço lúdico e recreativo, mas sim uma fonte inesgotável e imensa de informação e de conhecimento que, sendo relevante para a nossa área, devemos assimilar e partilhar com os demais. Se há uns anos fazia sentido a expressão "diz-me com quem andas que eu dir-te-ei quem és", hoje em dia é absolutamente verdade a máxima "mostra-me o que partilhas que eu dir-te-ei o que sabes."
No LinkedIn existem 25 pessoas com o mesmo nome que eu mas o meu perfil aparece como primeiro na lista provavelmente porque sou activa na rede mas também porque ostento o símbolo 500+. Mesmo não sendo tão regular neste tipo de networking como gostaria admito que nenhum dos cliques que faço nesta rede é casual ou aleatório.
5. Criar uma rede relevante de contactos
Neste caso falo não só nos contactos virtuais que podemos coleccionar no LinkedIn, que provavelmente nem reconheceremos na rua se com eles nos cruzarmos, mas também de contactos reais, pessoas de carne e osso que se relacionam connosco numa base quotidiana e que poderão indicar referências positivas sobre a pessoa que somos. Para que isto aconteça é fundamental manter a personalidade profissional de forma contínua, mesmo nos momentos mais informais ou de lazer. A personagem que construímos com a marca que vendemos tem de se comunicar sempre da mesma maneira, à distância de uns passos, de um telefone ou de um écran de computador.
6. Separar a marca pessoal da marca profissional
Assim como a P&G gere o seu portfolio de marcas como um conjunto de entidades independentes e estanques, também nós devemos saber gerir as duas personagens que mantemos sob a mesma pele como duas pessoas autónomas. É claro que o ser humano que somos tem características omnipresentes que se revelam de forma inequívoca em qualquer contexto. Não devemos no entanto, ser tão rígidos ou formais na vida íntima, nem tão descontraídos ou extrovertidos na vida profissional, sob pena de algumas qualidades se revelarem ameaças perigosas ou alguns defeitos nos condenarem ao fracasso.

Gerir esta ambivalência é tarefa árdua, requerendo muita sensibilidade e empenho. Talvez por isso apesar de todos temos uma marca, para alguns o rótulo é apenas um autocolante em branco...



terça-feira, 13 de janeiro de 2015

"Je suis Charlie" já é uma marca?

Um chico-espero de um belga tentou registar a marca "Je suis Charlie".
Como é evidente o pedido será declinado mas a visão deste homem, se não se basear unicamente num rasgo de esperteza saloia, revela um sentido de marketing extraordinário.
Se pensarmos que o valor de uma marca decorre dos produtos, pessoas e reputação que lhe estão associados, então a frase repetida, impressa, exibida e partilhada até à exaustão nos últimos dias reúne todas as condições para ser considerada uma top brand.

Ainda ontem, nos Globos de Ouro, várias celebridades exibiam a marca da moda com mais orgulho do que a da vestimenta patrocinada.
As razões que fazem de "Je suis Charlie" uma marca milionária são:
1) Omnipresença
Esta marca já se tornou quotidiana, tão presente como a marca da pasta de dentes ou do gel de banho, tão reveladora da nossa personalidade como a marca do perfume ou do casaco.
2) Tendência para a valorização
É claro que este fenómeno de histeria silenciosa que até atirou a Merkel para os braços do Hollande vai acalmar. Sucede porém que, a acreditar no infeliz vaticínio de que os acontecimentos da semana passada vão mudar para sempre a paz podre entre o mundo Muçulmano Radical e o Ocidente, a frase "Je suis Charlie" jamais será erradicada do nosso léxico.
3) Apelo a emoções
É claro que "Je suis Charlie" é uma marca que incorpora o toque mágico que tantas marcas ambicionam: mexe com as nossas emoções mais básicas. Já se sabe que as marcas que conseguem estabelecer laços emocionais agarram-se à nossa selectiva memória como uma espécie de tatuagem...

Nos próximos tempos a própria utilização do "Je suis..." será garante de atenção e promessa de viralidade. Em situações destas os marketeers não podem ficar adormecidos já que oportunidades de alavancagem destas são um oásis.
A Apple, que no que toca à inovação sofre de insónias, aprovou sem hesitar uma aplicação que ajuda a espalhar a mensagem de apoio à liberdade de expressão. Este pedido foi colocado por uma pequena empresa francesa que conseguiu o feito de validar a sua pretensão em tempo recorde. Como diria a minha sábia avó "quem sabe, sabe..."








sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

A Europa não (é) marca

Como é evidente não fiquei indiferente aos acontecimentos de quinta-feira. Do ponto de vista político, geo-estratégico, religioso, moral muito se tem dissertado e se continuará a dissertar nas próximas semanas.
A questão fundamental, mais dramática do que a violência gratuita, mais perigosa do que este fundamentalismo cego e insano, é porque razão tantos miúdos aderem a estes movimentos radicais rebelando-se contra o estilo de vida ocidental que supostamente os acolhe?
Sabemos que o enquadramento social e o ambiente familiar são factores que influenciam a integração dos indivíduos. Existem imensas justificações para explicar porque razão alguns conseguem alhear-se da violência doméstica, da brutalidade, da delinquência, da droga, da promiscuidade, enquanto outros de afundam e afogam neste pântano negro que os condena de forma perpétua antes mesmo da primeira infracção às leis dos homens. Não me parece contudo que se tenham desenvolvido até ao momento teorias suficientemente estruturadas que desenhem o perfil e o percurso daqueles que se deixam seduzir pela Jihad.
Mesmo sabendo que existem norte-americanos entre os jihadistas fanáticos, no contexto actual é pertinente aprofundar a alegada falta de integração de jovens supostamente europeus nesta sociedade azul de estrelas douradas.
A conclusão é simples:
a Europa é apenas uma entidade burocrática 
com moeda única e liberdade de circulação.
Enquanto que em relação a países como o Brasil ou como os Estados Unidos existe uma identidade única e inequívoca, uma série de atributos positivos que fazem com que os cidadãos desses países (os que lá nasceram ou para lá emigram) se queiram sentir naturais e assimilar por osmose essas características benfazejas que prometem fazer deles pessoas melhores, na Europa não existe essa identidade partilhada orgulhosamente nem sequer um esforço deliberado para que a União que supostamente existe ao nível político se reflicta espontaneamente no estado de espírito dos cidadãos.
É evidente que a União Europeia não é uma nação mas sim um conjunto heterogéneo de nações, o que constituí um obstáculo profundo à disseminação de um sentido de identidade comum. Falamos línguas diferentes, temos heranças históricas distintas, pensamos e reagimos de formas muito particulares. Acresce ainda, e esta talvez seja a desconformidade mais séria, que não nutrimos grande respeito uns pelos outros, com os alemães a tratarem os gregos como tontos e todos os outros como filhos de um deus menor; com os franceses a cultivarem um chauvinismo histórico que os torna insuportáveis; com os ingleses a isolarem-se na sua ilha como europeus de outra casta e os nórdicos ignorando educadamente tudo o que se passa para lá da sua sauna.

O que falta à Europa é definir-se como marca, 
consolidando um conceito tão forte e potente 
que desenvolva em todos os que habitam no espaço Schengen 
o orgulho imenso em afirmar "eu sou cidadão europeu!"

Quando uma marca nos toca desenvolvemos em relação a esta uma devoção similar à que nutrimos pela Coca-Cola versus Pepsi. Isto não quer dizer que não sejamos consumidores da segunda quando a primeira não está disponível, mas sim que não assumimos a troca de forma leviana. Por outro lado, somos solidários com os que preferem Pepsi e dificilmente os demovemos da sua opção. Deveríamos aplicar este respeito pelas preferências entre refrigerantes a todas as decisões de escolha dos que gravitam na nossa órbita.

Para a Europa, os conceitos-chave que urge trabalhar são
Optimismo solidário
Conseguiremos todos superar a crise que assolou a Europa porque somos uma nação que se ajuda sem cobranças e contrapartidas que fazem lembrar pactos com o diabo.
Tolerância
Sendo a Europa constituída por povos tão diferentes, com raças distintas, religiões variadas e orientações políticas nem sempre convergentes, está na nossa genética a tolerância em relação aos outros, independentemente da sua ascendência, origem, ideologia ou fé.

Uma estratégia de marketing tão ambiciosa é viável como demonstra o sinal de pertença que levou milhares de europeus a unirem-se em marchas, vigílias e protestos desenvolvendo sinais e códigos próprios, que em termos de marketing vão do merchandising aos elementos visuais chave que distinguem uma marca.

Se acreditarmos que estas são as qualidades que definem a nossa terra-mãe, seremos de forma espontânea uma sociedade que integra melhor os que se sentem estrangeiros, minimizando assim a procura de realidades paralelas alternativas que sob o ponto de vista do marketing são marcas rascas de contrafacção.



domingo, 4 de janeiro de 2015

Ano Novo, Marketing Novo!

O marketing é uma ciência cuja teoria se vai construindo de forma empírica.
O marketing que aprendemos nas faculdades está ultrapassado, para os que se licenciaram em 2014 muito mais para os que frequentaram a universidade no século passado (no meu caso).
A teoria fornece-nos apenas as bases, as noções fundamentais, os conceitos-chave. A partir daí, na vida real, muito do que fazemos como profissionais de marketing resulta da intuição e/ou experiência.
Os mercados, os consumidores, as tendências mudam a uma velocidade tal que fazer marketing hoje, ou na próxima semana, passa por saber ler os sinais e utilizar a criatividade para reagir aos feedbacks.
Trata-se pois de uma ciência cujo paradigma muda recorrentemente, o que significa que é absolutamente inviável trabalhar em marketing hoje com suporte em manuais ou teorias do ano passado, leia-se de 2014.
As bases do marketing contemporâneo são:
O conteúdo é Rei
e não o cliente é Rei
É claro que ainda são os clientes que detêm o poder na medida em que são eles que compram. Sucede porém que este poder se exerce de forma democrática, colegial, através de uma comunicação intensa, direi quase íntima, entre as marcas e aqueles que as compram (ou seguem ou partilham... actos de consumo que se tornaram tão vitais como a troca de produto por dinheiro).
Nos tempos que correm as campanhas unidireccionais e estandardizadas são obsolescências. O marketing de hoje faz-se através da produção de conteúdos dedicados a cada cliente (ou tipo de clientes) específico.
O marketing é um mundo
não limitado a meios estanques
Se até aqui se pensavam as estratégias de marketing como subdivididas entre meios estanques, desde há algum tempo qualquer estratégia de marketing que se subdivida por ecossistemas é uma estratégia partida e atrofiada, ferida de morte à nascença.
Os clientes segmentam-se por tribos
e não por famílias, géneros ou classes sociais
Já no meu tempo de faculdade se falava em tribos. Na época eram curiosidades, nichos, eventualmente trendsetters ou apenas excêntricos. Nos dias de hoje as redes sociais fomentaram o desenvolvimento de comunidades de pessoas que partilham determinados ideais, seguem o mesmo estilo de vida, se vestem e comportam de forma similar, partilham uma linguagem própria e se organizam por códigos próprios indecifráveis para os outsiders, que na sua essência se assemelham às comunidades ancestrais que catalogamos como tribos.
De Mad Men a Math Men 
não sei como traduzir isto...
O tratamento da informação passou a ser tão importante para a estratégia de marketing de qualquer empresa, que independentemente do carácter empírico ou intuitivo que o marketing tem, o processo de decisão deve basear-se em pressupostas quantitativos devidamente estudados e fundamentados. Os tempos que correm não permitem erros de previsão nem suportam rasgos de criatividade sem resultados práticos.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Tendências para 2015 - take IV

Em 2014 as empresas/marcas descobriram as potencialidades do marketing experiência.
Em 2015, o marketing experiência será um must, com consumidores cada vez mais poderosos a exigir relações mais intensas e personalizadas com as marcas que compram.
As empresas inovadoras já coexistem neste universo digital por onde deslizam os dedos dos seus clientes potenciais. Qualquer que seja a área de negócio todas as empresas terão de alinhar com os novos paradigmas da competitividade:

1. Marcas de retalho digitais
As marcas mais relevantes já assimilaram a transformação digital na sua estratégia e perceberam que não só de "tijolos" se faz um ponto de venda. Isto não significa uma desvalorização do espaço físico mas antes a integração das novas tecnologias dentro da loja de forma a que mensagens customizadas possam chegar aos clientes de acordo com o seu perfil.
O espaço físico e o espaço virtual não podem mais ser consideradas realidades estanques mas antes terão de ser integradas de forma a explorar todas as possibilidade de contacto com o cliente.

2. Comunicação desenhada para telemóvel/tablet
Os consumidores estão permanentemente on-line e fazem grande parte das suas interações através de aparelhos móveis. Desenhar uma comunicação para suportes móveis não pressupõe projectos megalómanos como o desenvolvimento de aplicações mas tão só ajustar sites às limitações de écrans mais pequenos e apostar no desenvolvimento de conteúdos que promovam a interacção com o público-alvo.
É incrível a quantidade de sites que não estão preparados para ser lidos num écran de telemóvel (letras pequenas, dificuldade em encontrar links de navegação) e que com isso se impõem uma estratégia auto-destrutiva de perda de clientes.

3. Abordagem multi-canal
A manutenção de um site actualizado e ajustado a dispositivos móveis é apenas uma parcela do plano de comunicação das empresas. A utilização de social media e a interacção física com os consumidores nos pontos de venda serão a essência de qualquer estratégia de marketing.

4. Conteúdos personalizados em tempo real
A actualização de conteúdos é já um básico. O passo à frente é a adaptação da mensagem ao destinatário, em tempo real, a partir do momento em que o potencial cliente entra na loja (via i-Beacon) ou entra no site (via complexos modelos de cruzamento de informação sobre o perfil do utilizador).

5. Pessoas ligadas através de coisas
A interconectividade entre diferentes aparelhos e diferentes plataformas nas redes sociais permite uma maior ligação entre pessoas e uma maior interacção entre pessoas e marcas. A partilha de informações, de experiências, o feedback, os comentários são ferramentas poderosas para o bem e para o mal na estratégia de comunicação das empresas.


A tecnologia customer-centric mudou para sempre, de forma radical, as regras do relacionamento das marcas com os seus clientes. A vantagem competitiva que pode determinar a fidelização deriva agora da inovação tecnológica aplicada a uma experiência de consumo diferenciadora.


quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Tendências para 2015 - take III


Se até agora os meios de social media privilegiados pelas marcas têm sido o FaceBook e o Twitter, dizem os especialistas que 2015 será o ano do Pinterest.

O Pinterest registou um crescimento superior a 100% nos últimos 6 meses do ano de 2014.

Trata-se de uma plataforma simples e altamente visual, que comunica essencialmente pela sensibilidade estética. O Pinterest pode vir a ser amplamente utilizado pelos marketeers a partir do momento em que a ferramenta dos “pins sugeridos” seja desenvolvida para reproduzir a sugestão de páginas no FaceBook.

O FaceBook e o Twitter têm as vantagens da escala e da informação sobre o público-alvo. O Pinterest ainda tem de se aperfeiçoar para permitir uma segmentação consistente do tipo de utilizadores, mas alguns casos reais como o dos álbuns sobre casamentos – um sucesso na plataforma – têm-se revelado ferramentas excepcionais para perceber os temas e tendências que interessam às pessoas (neste caso às que se pretendem casar). Se a utilidade destes álbuns for replicada para outro tipo de momentos/ contextos e se for potenciada uma forma de comunicação das marcas com grupos de pessoas com interesses comuns claramente identificados, então o Pinterest pode ter um ano em grande.

O Pinterest pode ser muito útil para testar marcas/conceitos em grupos focus, já que permite seguir o comportamento de compra on-line de consumidores com determinado perfil.

Actualmente, a forma de abordagem dos interesses/aspirações dos utilizadores no Pinterest tem características de marketing one-to-one, o que não se coaduna com o potencial de escala e de exposição que as marcas procuram. Segundo os especialistas o upgrade do Pinterest para uma plataforma de marketing por excelência vai acontecer mais cedo do que mais tarde neste ano que hoje começa.