quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A vida é uma corrida

Confesso que faço parte desta nova onda de atletas que descobriram na corrida um nirvana.
O meu pai começou a fazer meias-maratonas aos quarenta por isso tenho na família alguém a quem seguir o exemplo, uma espécie de mentor, líder pelo exemplo e fonte de esperança.
Daquilo vou lendo sobre corrida e motivação - e há tanto para ler sobre isto! - concluo que para lá das vantagens objectivas que todos os convertidos propagam com entusiasmo, existem outras tantas subjectivas que nos asseguram a endurance necessária para vivermos o nosso destino como quem percorre uma estrada.
Quando corro falo comigo/ falo com Deus.
Tenho uma concepção muito própria da religião, comum a muitos dos não praticantes que conheço.
Não entendo a relação com a fé como uma conversa feita de ladainhas e de rituais aborrecidos.
Como quero acreditar que a nossa existência tem um sentido mesmo quando os eventos não se encaixam, recorro à crença numa força superior que nos move, que alinha as nossas rotas, que assegura que nada acontece por acaso, que tudo tem um sentido, ou seja, que o universo conspira a nosso favor mesmo quando duvidamos.
Assim que inicio o treino desligo-me do mundo. Às vezes falo comigo própria, quase sempre para me insultar por ter comido um bolo ou uma feijoada, por me ter deixado dormir no dia anterior ou por não resistir a mais 1 quilómetro. Creio que nalguns momentos estas conversas são interceptadas por esse Deus que por aí anda já que divago para temas mais profundos como a perseverança, o propósito, a resiliência, a capacidade de superação como evidência de uma força que nem sempre me reconheço e de uma energia que nem sempre canalizo em proveito próprio.
Quando corro visualizo.
Suponho que há homens que se imaginam como deuses gregos ou atletas olímpicos medalhados. Não tenho bem a certeza como se imaginam as mulheres... Eu, e sei que o que vou escrever de seguida é mesmo parvo, tento visualizar a gordura a derreter-se no rabo e nas ancas. Quero fazer uma meia-maratona porque sim, por uma questão de ego, mas o que me move a levantar às seis para fazer uma corrida de 10 quilómetros é a possibilidade de queimar todas as calorias ingeridas em delírio gastronómico, livrando a consciência do peso deste pecado que é a gula, por petiscos, pão e chocolate.
Segundo a lei da atracção devemos recorrer a esta técnica de visualização para tudo o que queremos na vida. É claro que a imaginação não é recurso suficiente. É preciso fazer acontecer, meter os pés à estrada.
A corrida permite treinar essa técnica: fixamos uma meta que definimos cada vez mais longa e ousada, estabelecemos um plano de treinos que nos permita alcançá-la, subdividimos o objectivo final em etapas e regozijamo-nos sempre que acrescentamos mil metros ao score.
Por cada meta superada provamos as nós próprios que somos capazes de chegar onde nos propomos.
Assim sejamos capazes de encarar cada dia, como apenas mais um segmento de metros que temos de percorrer para chegar mais longe e mais alto.


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Me, myself and I - a história continua...

Selfie foi a palavra do ano no dicionário de Oxford.
A palavra que se traduz facilmente como auto-retrato - a obra que muito pintores elaboraram como exercício egocêntrico - faz hoje parte do nosso quotidiano tal a profusão de fotografias de eu's que inundam os social media.
Indepentemente das implicações narcisistas que esta exibição do ego enquadra, a verdade é que a partilha de fotos em certos locais e/ou momentos é em muitos casos uma fuga à solidão, uma forma de sociabilização, uma opção que permite manter no nosso dia-a-dia aqueles que nos são queridos mas que não estão necessariamente próximos.
Para além destas vantagens quase líricas surge o exibicionismo barato, a vaidade sem vergonha e a estratégia publicitária de muitas celebridades, mas cada um fará o filtro que quiser a esta invasão de fotos instantâneas.
A esta moda ou fobia não escapa ninguém, mesmo as figuras que o estatuto de públicas coloca constantemente sobre as objectivas de mirones.
Agora os paparazzi fotografam os famosos a auto-retratarem-se, o que não deixa de ser uma ironia caprichosa destes tempos modernos.
A indústria da partilha de selfies é actualmente bilionária.

O marketing rendeu-se a esta tendência e existem já imensas campanhas baseadas em fotografias de consumidores com um espontâneo sorriso nos lábios.
Estima-se que no ano de 2014 sejam tiradas 250 biliões de selfies o que transforma esta tendência num fenómeno que não pode ser ignorado.
Entramos na era de invasão permitida da privacidade, uma forma extraordinária de recolha de dados e de pesquisa, num contexto em que o marketing se faz para cada indivíduo, o tal ser humano que ocupa o lugar do consumidor anónimo e massificado pelas estatísticas para quem se pensavam produtos e marcas.
Na prática, as estratégias de marketing actuais têm muitas ilações a retirar do conceito de selfie:
1. O mais importante é o ângulo
Quem se publica dificilmente escolhe o primeiro auto-retrato. O autor de si próprio ensaia a pose e testa perspectivas, de forma a partilhar com o público a mensagem perfeita. Assim devem comunicar as empresas com o seu alvo.
2. A partilha deve ser pessoal
Mesmo para as fotos que se tornam virais, que passam das redes de amigos para outros amigos até serem partilhadas entre milhares de estranhos, há um ponto comum a grande parte das selfies que retemos: o contacto visual. Em regra quem se fotografa fixa directamente a objectiva. Por mais inconsciente que seja o gesto, na prática o seu efeito não é inconsequente. O facto de termos um par de olhos a fitarem os nossos confere um contacto pessoal à fotografia, veicula emoções, gera cumplicidade. As empresas têm de desenvolver esta capacidade de comunicar com o alvo como se a mensagem fosse especificamente direccionada e como se cada consumidor fosse um ser único e extraordinário.
3. O resultado final é o produto de uma série de erros
Nas selfies prevalece o método da tentativa e erro. A técnica aperfeiçoa-se e existem apps que melhoram instantaneamente os resultados, mas o autor dos seus próprios retratos elimina-se e rejeita-se muitas vezes antes de selecionar uma selfie como publicável. Assim devem ser as estratégias das empresas: tentadas e testadas incontáveis vezes antes de colocadas em prática. Este método tem contudo de ser célere sob prejuízo de entre testes e remakes se perderem as melhores oportunidades...
4. Os resultados compensam o esforço
O êxito de uma selfie é imediatamente mensurável pelo número de "gostos" e de "comentários". É claro que o inverso acontece e quem se expõe sujeita-se sempre a escrutínio. O selfying já deu origem a uma nova forma de bullying, com vítimas traumatizadas e predadores perversos. De toda a forma, comunicar com o público através dos social media tem como vantagem este barómetro instantâneo, uma fonte inesgotável e inestimável para aperfeiçoamento.



domingo, 23 de fevereiro de 2014

De Murphy a Pessoa

Esta foi uma daquelas semanas à Lei de Murphy!
Não que eu seja supersticiosa, sequer pessimista ou com espírito de Calimero. Mas a verdade é que nestes últimos dias tudo o que podia correr mal correu pessimamente: desde o pão a cair ao chão com o lado da manteiga para baixo, ao computador a crashar na fase final de uma complexa análise de dados, culminando em problemas com o carro, com um curto-circuito provocado pelo forno e com uma fuga de água irreparável na "bicha" do chuveiro.
Presumo que estas fases de azar sejam cíclicas como o são a moda e a economia.
Num dado momento que não se explica e que nem sempre é detectável entra um grãozinho de areia na engrenagem e, de repente, tudo se começa a desmoronar numa sucessão interminável de agoiros e de azares.
Para quem acredita nessas coisas da lei da atracção, a Lei de Murphy funciona como pólo para tudo o que é negativo. Não é só uma coisa ou outra a correr mal. Para aqueles que são obcecados com planeamento e gestão de risco, o que acontece quando a Lei de Murphy nos apanha é que se antecipamos que há quatro factores cuja ocorrência nos pode afectar o que a vida nos devolve é a conjugação destes acrescidos de um quinto acontecimento que nem sequer tínhamos previsto.
Quando a vida começa a correr mal é difícil encontrar o antídoto para o enguiço.
A solução pode ser um fim-de-semana de sono, uma noite de farra, um par de horas no ginásio ou simplesmente adoptar como táctica o optimismo moderado de forma a reagir com naturalidade aos maus momentos.
O Sr. Murphy era um major na US Air Force, não um personagem ficcionado, que viveu na década de 40, tendo como missão o teste de modelos experimentais no âmbito da engenharia militar. Já se sabe que para quem faz experiências o "método da tentativa e erro" faz parte do dia-a-dia mas este major fez do jogo das probabilidades uma espécie de sina metodológica.
Apesar de imaginar que o Murphy que deu nome à Lei não fosse propriamente a pessoa mais interessante para convidar para um jantar, admito que o sermos capazes de antecipar ameaças ou desgraças nos permite reagir de forma pragmática aos reveses que nos fustigam.
Na prática, a evolução das espécies ainda não retirou da nossa genética uma certa forma primitiva de reagir ao inesperado: o coração dispara, a respiração altera-se, ficamos quartados na capacidade de raciocinar de forma objectiva e célere. As acções tomadas sob impulso ou instinto nem sempre são lógicas. As consequências podem por isso ser uma catástrofe.
Quando a catástrofe gera catástrofe eis que começa a funcionar a Lei de Murphy.
Se nos treinarmos para o imprevisto, isto é, se construirmos os cenários mentais que ficam para lá do plano B, o nosso cérebro prepara-se emocionalmente para responder com método a cada um dos acidentes e cataclismos.
É claro que a antevisão sistemática da desgraça pode converter-nos no maior dos pessimistas, completamente avesso ao risco, logo incapaz de sair do sítio. A inteligência emocional está em ser capaz de equilibrar alguma prudência pragmática com a vontade de empreender, acreditando que os nossos projectos são viáveis e possíveis, ainda que para atingir o resultado esperado o caminho seja sinuoso e repleto de percalços não uma estrada asfaltada em progressão geométrica.
Para chegarmos longe termos de sonhar alto, mas se não anteciparmos que a nossa existência decorre num mundo real e não num plano idealizado, morremos antes de chegar à praia. Como dizia Pessoa, necessitamos das pedras do caminho para construirmos o nosso castelo.


domingo, 16 de fevereiro de 2014

Marketing light

Depois de tantos dias chuvosos este Sol que hoje nos aqueceu deu-nos para celebrar com fotos e comentários eufóricos a possibilidade próxima de uma Primavera acalorada.
Sendo mulher quando penso em dias mais quentes penso em corpo mais exposto, penso em biquini e em praia, logo penso em dieta.
A milionária indústria das promessas milagrosas vive essencialmente à custa de mulheres com eu, ou seja, todas! (mesmo as magras...)

Não é que os homens não se preocupem com a figura. Preocupam-se cada vez mais!
Mas enquanto que um homem admite que se tem barriga é porque abusa na cerveja e nos petiscos, se alarga é porque leva uma vida demasiado sedentária, uma mulher atribuí sempre os aumentos de peso a questões metabólicas, hormonais ou nervosas, jamais a deslizes gastronómicos ou à pouca assiduidade ao ginásio.
Acresce ainda que os homens não se martirizam tanto com o peso. Talvez porque as mulheres são mais tolerantes para um desvio de 5 quilos no abdómen do seu parceiro do que para um aumento de 500 gramas localizado no seu próprio traseiro!
Sendo que as mulheres encontram sempre justificações para o seu peso que pouco têm que ver com os seus hábitos são alvo fácil para produtos que prometem o efeito equivalente a trinta e cinco operações plásticas, tudo incluído num comprimido, integrado num creme ou derretido num xarope.
São muitas as pessoas que acreditam, com uma fé próxima da crença mística, que existem poções mágicas capazes de implodir com a celulite das coxas ou detonar excessos de açúcar e de hidratos de carbono.
No Reino Unido o negócio das dietas está avaliado em 2 biliões de libras. Nos Estados Unidos, um estudo realizado em 2011 pela Market Data Enterprises Inc. avaliava esse mercado em 60,9 biliões de dólares, o que representava um crescimento brutal já que em 2008 a mesma empresa estimava que o mesmo mercado valia 58,6 biliões de dólares.
Numa época de recessão como a que atravessamos, encontrar um mercado com tais taxas de crescimento é um verdadeiro banquete!
Apesar de não ter encontrado dados sobre o mercado português (também não procurei muito, confesso) intuo que também por cá o desejo de emagrecer seja um negócio apetitoso. O que se verifica é que em contextos de crise as pessoas poupam na ajuda especializada ficando mais vulneráveis às sugestões do marketing, que contas feitas poderão revelar-se tão ou mais caras do que uma série de consultas num nutricionista.
Estamos a chegar à temporada em que todas as revistas femininas vão trazer suplementos de beleza com sugestões de regimes e de tratamentos que encolhem qualquer corpo roliço pelo menos dois tamanhos. Vale sempre a pena saber o que se vende por aí e conhecer as modas na alimentação que são tendência entre as vacas magras. Convém contudo perceber que se esses milagres fossem de facto possíveis jamais estariam acessíveis por um par de euros numa ervanária ou numa farmácia...


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

All you need is love ou a gestão de marca pela paixão

O ser humano é gregário.
Vivemos em grupo, em sociedade, construímos relações. Somos alguém com os outros, para os outros, para além dos que nos rodeiam.
Por sermos assim, tão dependentes dos relacionamentos para sermos alguém, somos seres profundamente emocionais.
Não surpreende por isso que o marketing de hoje se baseie na gestão de emoções.

As marcas alimentam-se dessa necessidade biológica fundamental de criar laços com o que nos rodeia.


Amamos a praia, a nossa casa, a cidade onde nascemos, uma paisagem bucólica alentejana ou um enquadramento de parar a respiração numa encosta perdida do Douro.
Se o ódio é uma antítese do amor do mesmo modo necessitamos de alimentar ódios de estimação em relação ao Pinto da Costa, ao leite de soja, ao Calçado Guimarães ou às lojas dos chineses.
Vivemos de emoções, com emoção.
Temos critérios de avaliação, uma forma de classificar e de catalogar que raras vezes saí moderada, dada a nossa apetência cifrada para extremar sentimentos e opiniões.

As decisões de compra não se baseiam em raciocínios lógicos mas nas ligações emocionais que estabelecemos com as marcas.

A gestão de uma marca deve ser capaz de tocar em todos aqueles pontos emocionais em que assenta o desenvolvimento de uma relação. O objectivo é que o consumidor perceba essa "coisa inanimada" que é um marca como um prolongamento do seu eu.
As respostas que a marca dá, as necessidades que satisfaz, têm a ver com conteúdo não com funcionalidade.
A Apple vende produtos caríssimos com montes de particularidades e de incompatibilidades (confesso que ainda hoje tenho dificuldade em lidar com o touchpad do meu MacBook). Contudo, as pessoas que compram produtos Apple, que consequentemente se tornam viciadas e fãs, compram a marca pelo design e pela certeza de que a empresa é líder em inovação e criatividade. Quem tem produtos Apple sente-se à frente dos outros, acima da média.
A Nespresso é outro exemplo de gestão da marca pela emoção. O amor que estabelecemos com a marca tem a ver com o grau de sofisticação com que esta se comunica. O café Nespresso é uma espécie de luxo acessível que nos transforma em pessoas requintadas, equiparadas em bom gosto e classe ao charmosíssimo George Clooney. Há marcas de café em cápsula incomparavelmente mais baratas, mas proporcionam uma emoção contrafeita: apelam a questões racionais como a economia e não a factores carregados de subjectividade como a sensação única de pertencer ao jet set dos apreciadores de café, a um imenso mas selecto clube privado.

A gestão de uma marca não tem nada a ver com o produto, 
mas sim com a capacidade de idealizar o universo fantástico onde esse produto existe.


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Love is in the air

Mesmo sabendo que se trata de uma data que o marketing de massa desvirtuou, mesmo sendo alérgica a corações e peluches, cartões com frases pindéricas e programas pretensiosamente românticos, é inevitável escapar à mixórdia temática do Dia dos Namorados, que decreta que devemos fazer uma surpresa à cara-metade ou alinhar num desses eventos para descasados, descomprometidos ou ressabiados.
Muitas empresas já descobriram que o amor (e seus sucedâneos) são um grande negócio.
Não me refiro apenas à restauração e à hotelaria, que nessa data - que este ano até proporciona um jantar com direito a pequeno-almoço, com duas noites de pernoita para os mais afortunados - colocam umas velas na mesa e uns nomes sofisticados no menu para se cobrarem de uns imerecidos euros em jantares pálidos para casais apáticos. Tudo o que é loja de flores, de roupa ou de artigos para a casa recicla a oferta, concede-se uma derradeira oportunidade para despachar saldos ou comercializar avanços de temporada, recupera das arrecadações o espólio de inutilidades fofinhas que com sorte vão ser oferecidas com laço a um parceiro numa data que o calendário obriga a celebrar. Há ainda as perfumarias, os spa's, os programas radicais e as surpresas preparadas em série que um dos elementos do casal compra em stress ou com esmero apurado e que o outro recebe com apupo ou com aplauso.
Confesso que comemoro a data. Nos anos recentes o S. Valentim tem para mim e para o meu "companheiro de estrada" uma simbologia própria que me escuso partilhar.
O que partilho sim são dicas de marketing que encontrei na net sobre como potencial vendas nesta data:
O super fashion restaurante Gilgameshbar em Londres criou um cocktail chamado "Diamonds are forever" especialmente para esta ocasião. O cocktail acompanha o menu especial para o jantar de S. Valentim e é claro que namorado algum ousará não pedir a bebida mesmo custando esta mais de 10 libras (quase 13 euros). A inovação não é a bebida em si e o preço nem sequer é questionável quando a promessa é que um dos convivas da noite terá a forte probabilidade de encontrar um diamante verdadeiro no fundo do copo. Esta pedrinha é disponibilizada pela joalharia Madison Diamond Rings onde o felizardo é convidado a assemblar o presente que lhe foi servido num belíssimo anel tipo noivado.
Este é o verdadeiro exemplo de uma promoção cruzada que dá poucas hipóteses de fuga ao mercado-alvo, sendo certo que muitas das meninas que se sentarem no Gilgamesh estarão à espera do anel no dedo durante ou na sequência dessa noite, seja pelo efeito do álcool seja de espontânea vontade...
No Debenhams a estratégia foi criar um guia com o epopeico nome "Mandamentos da Lingerie" com o intuito de ajudar homens românticos a comprarem o conjunto adequado para a sua partenaire. A estratégia tem um intuito óbvio de gerar vendas mas também de minimizar o complicado processo de trocas que normalmente se sucede a datas como esta.
A pouco romântica marca de bebida Dr Pepper desenvolveu uma campanha orientada para o mercado adolescente através de uma app do Facebook. A mecânica ajusta-se como uma luva ao histerismo das meninas de catorze anos já que quando o utilizador faz um "like" na App é girada uma garrafa entre seis amigos identificados previamente e enviada uma mensagem de S. Valentim para o mural daquele que for aleatoriamente selecionado.
PWC, uma das empresas que só com uma imaginação prodigiosa se pode associar a marketing romântico, aproveitou a proximidade da data para visitar campus universitários com potenciais recrutadores identificados com balões em forma de coração com a frase "Being the one at the heart of the best opportunities".
A empresa Blur, especializada em crowdsourcing e marketing digital, concede aos seus clientes - empresas e criativos - a oportunidade de declararem o seu amor uns pelos outros, ou de eventualmente carpirem as suas mágoas. Esta agência já não é convencional na forma como faz coincidir clientes e prestadores de serviços, oferecendo-se como o "intermediário casamenteiro" entre quem quer pagar marketing e quem tem qualidade para o vender.
Estes exemplos mostram como o 14 de Fevereiro é apenas mais um dia para dar asas à criatividade...

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Negócios baseados na fé

Não, não vou falar das Nossas Senhoras fluorescentes que se vendem em Fátima.
Vou falar dessa coisa fabulosa que são as empresas que têm fé no seu negócio, que acreditam que o produto ou serviço que vendem é um milagre capaz de mudar a indústria, alterar os hábitos de consumo, desafiar o status quo e os pressupostos que a concorrência toma como factos.
Uma empresa com fé não é apenas uma empresa inovadora.
Muitas das inovações que por aí se rezam são meros "santos de pau oco", falsas profecias, baseadas em credos duvidosos que facilmente se esfumam ou desmontam.

O relatório World's Most Innovative Companies está recheado de exemplos capazes de converter cépticos em crentes. Segundo este relatório, as empresas cuja "fé move montanhas" e que por todo o mundo convertem seguidores, têm em comum algumas best practices em que toda a empresa com a condição de mortal se deve inspirar:
#1 Esperar o Excepcional
O Google, a primeira empresa da lista, procura a excelência em tudo o que faz. 
Esta frase parece um daqueles soundbytes que lemos na missão de muitas empresas mas a verdade é que a Google concentra-se nos pequenos detalhes que podem fazer a diferença não naqueles objectivos grandiosos e eloquentes que só ficam bem estampados numa t-shirt.

#2 A inovação é o momento 
Consta que o projecto das lâmpadas LED esteve numa gaveta na Phillips durante 50 anos mas acabou por sair para o mercado em 11 meses quando alguém lhe fixou um prazo.  A inovação numa empresa não surge num "momento aha!", fruto de um sonho, visão ou flash de inspiração divina.
A inovação treina-se, sistematiza-se, obedece a procedimentos, a regras e a tarefas.

#3 O DINHEIRO é iMpORTaNtE
Muitas das excelentes ideias não são ideias de negócio, isto é, não são auto-sustentáveis.
É incontável o número de pessoas com projectos brilhantes que não passam de fantasias completamente inviáveis. Os bons negócios pressupõem que pessoas reais paguem dinheiro a sério por um determinado produto ou serviço. É claro que existem ideias geniais que se converteram em negócios financiados através das receitas de publicidade, como o Facebook, mas são apenas as excepções que confirmam a regra...
#4 A sustentabilidade não é apenas uma coisa bonita
Muitas empresas usam a etiqueta "amiga do ambiente" ou "ecológica" ou "verde" como uma descarada mentira. Sucede porém que o que distingue as empresas bem sucedidas são factores como eficiência energética, energias alternativas e reciclagem.
A Levi Strauss, a dinossáurica empresa de jeans produz hoje 10% das suas roupas em tecidos recicláveis mas tem como objectivo chegar aos 100%. As frotas da FedEx e da Coca-Cola incorporam já uma elevada percentagem de híbridos.

#5 O recurso a talento a uma ESCALA GLOBAL aumenta as possibilidades 
Muitas empresas externarlizam serviços para a Índia ou para África beneficiando não só de mão-de-obra qualificada ao preço de amendoins mas também de novas formas de olhar para o negócio e de pensar em soluções para o dia-a-dia.

#6 A paixão tem de ser VALORizada 
O crowdsourcing, isto é, a procura de público genuinamente interessado não de meros investidores, fez crescer empresas como a GoPro, convertendo um produto que começou por ser uma excentricidade de atletas radicais numa utilidade para pais de família cautelosos e para crianças em triciclo.

#7 O CONFLITO é um supérfluo 
Algumas empresas cultivam um clima de beligerância que decorre de uma cultura oldfashioned e/ou da personalidade conflituosa do líder (falei sobre isto em "Na bola como na vida... há líderes que não se aguentam"). Noutras, o domínio de sindicatos, de lobbies ou de small politics funcionam como força de bloqueio. 
Quem tem fé está acima disto. As empresas têm de acreditar que o seu negócio é mais forte do que estas ameaças e pecadilhos. 
Para ser grande há que ser inteiro...
    #8 Clientes FELIZes fazem felizES as EMPRESAS 
As empresas vendem soluções para resolver os problemas das pessoas.
Apenas as empresas que conseguem apresentar essas soluções em tempo útil a um preço justo fazem felizes os seus clientes.
Clientes felizes voltam e divulgam, aumentando assim o resultado da empresa e consequentemente a felicidade da organização.

    #9 O software é mais importante que o HARDWARE 
Apesar de o i-phone ser esteticamente muito bonito e de o design ser um dos argumentos competitivos que melhor diferencia a Apple, a verdade é que o que converte tantos consumidores em fiéis seguidores é o carácter inovador das duas aplicações.

#10 O sufixo "made in China" pode ser uma VANTAGEM 
Não obstante as questões humanas e o recurso a mão-de-obra de qualificação duvidosa para produção em massa de produtos cuja qualidade é também duvidosa, a verdade é que só os parvos podem continuar agarrados ao estereótipo da China dos "bazares de 1€". Hoje a China não é só o país dos plásticos e dos plágios. São inúmeras as empresas chinesas com avanço tecnológico incomparável logo há que olhar para este país com menos desconfiança e mais respeito (dentro do género).

#11 Existe uma APPeconomia liderada pela Apple  

Esta APPeconomia é liderada pelos jogos. O Candy Crush Saga gerou quase 1 milhão de dólares por dia! Não obstante a empresa que criou o jogo não entra na lista da World's Most Innovative Companies simplesmente porque tardou uma década a produzir um best-seller não existindo confiança no mercado de que seja capaz de manter a cadência. 
A Apple deixou de entregar o desenvolvimento e comercialização de Apps a terceiros para se dedicar a este negócio que em 2013 rendeu 10 biliões de dólares em vendas na App Store!!!! 

#12 DREAM BIG é um requisito não uma vaidade   
Já é verdade que os carros falam. Já é verdade que carros utilitários com mensalidade inferior a um salário mínimo lêem mails e mensagens de texto. Quem sonhou um dia com estas possibilidades foi um louco ou um visionário, alguém que não pensou pequeno e que concebeu ser possível trazer um pouco do futuro que vende Hollywood para a nossa pacata realidade.
O mundo actual está repleto de exemplos como estes, sendo que o pensar em grande se aplica a coisa tão pequenas como criar uma intranet numa empresa com pouca gente ou agradecer a cada cliente da empresa com um presente personalizado.




domingo, 9 de fevereiro de 2014

Isto é SEO?

O termo SEO é a sigla para Search Engine Optimization.
Basicamente o SEO assegura que um website é encontrado através dos motores de pesquisa.
Sendo que os social media são hoje determinantes na estratégia de comunicação de uma empresa, o SEO management é uma actividade primordial.
Toda a gente percebe que aparecer nos resultados de pesquisas é importante. Todos intuímos que é fundamental que para que tal aconteça se desenvolvam conteúdos e links com qualidade. Sabemos também que entre milhares de páginas, palavras-chave, etiquetas ou tags... a atracção de público para a nossa página é uma tarefa hercúlea.
Assim surgem os especialistas.
Um SEO manager assegura tráfego com o objectivo fundamental de que esse fluxo promova o site para os rankings que os motores de busca utilizam para elencar as páginas que surgem quando fazemos uma pesquisa.
Teoricamente, a optimização dos resultados de pesquisa depende de 3 variáveis fundamentais:

1. Criar conteúdo que use as palavras e as frases que o potencial consumidor utiliza quando procura informação sobre determinada empresa, produto ou marca.
2. Criar links para a página da empresa, produto ou marca.
3. Alimentar esta dinâmica.

Dado que as pesquisas on-line são hoje um fenómeno massificado a tarefa que em teoria é simples, na prática apresenta um elevado grau de complexidade. Encontrar as tais chaves de pesquisa não é produto da intuição, de predição ou de inspiração divina. Existem bases de dados que permitem ao SEO saber o que procuram as pessoas. Estas informações permitem identificar Common Search Terms que é tarefa do SEO utilizar de forma a gerar mais tráfego para o seu website
A utilização de CST não garante contudo que o acesso à página se fará de forma automática e espontânea. Se os tais termos forem recorrentemente utilizados por sites com grande força e presença no universo virtual, dificilmente a utilização desses termos permitirá que uma página recém-criada ou mais fraca - leia-se, com pouco tráfego - seja catapultada para os rankings de forma a aparecer entre as páginas que lideram os search results
Acresce ainda que o Google, por exemplo, ignora as meta keywords tags, isto é, as etiquetas com mais ampla difusão como filtro para identificar os top sites.
Perante este cenário não se espera do SEO um trabalho de copywriting criativo mas sim a habilidade para desenvolver um conteúdo com sentido, capaz de interessar o público-alvo, utilizando as palavras chave identificadas como bons pontos de ancoragem. O motor de pesquisa mais utilizado no mundo identifica as páginas que mais se relacionam com determinado tópico considerando factores como a antiguidade do site, o número de páginas e também a quantidade de links que remetem para essas páginas.
Os links no universo da comunicação profissional on line funcionam como likes logo se muitos links remetem para a mesma página a fiabilidade da mesma torna-se mais credível.
Em síntese, os conteúdos devem incluir as palavras que as pessoas consideram importantes, os links confirmam aos motores de busca que aquele site é importante.





quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

2B or not 2B...

O B2B é um jargão do marketing, a abreviatura de "Business to Business", significando o relacionamento entre empresas e os seus stakeholders: os clientes que são empresas, os empregados que são uma imensa massa anónima e os accionistas, essa entidade abstracta.
A abordagem B2C, "Business to Consumer", é mais cirúrgica já que pressupõe o enfoque no indivíduo que é o consumidor.
Esta diferenciação que os tempos têm demonstrado obsoleta não fez mais do que desenvolver uma série de terminologias e especialidades cujo pressuposto é a procura de generalidades que viabilizem uma padronização de segmentos e de comportamentos.
O marketing evoluíu para um estatuto de buzzwords e soundbytes que criaram um gap profundo entre as estratégias, tão bem ilustradas em slideshows, e o mercado real, constituído por consumidores que por acaso são pessoas, seres humanos emocionais.
O marketing de hoje tende para a abordagem one-to-one (será que se pode escrever 121?), para uma aproximação ao indivíduo que toca a psicanálise, como confirma o surgimento do neuromarketing.
Esta abordagem facilmente passa a one-to-many dado o incontrolável e incontornável fenómeno de difusão que se tornou viral com os social media.
O marketing de hoje tem de ser ligeiramente esquizofrénico: ser capaz de
gerar uma mensagem individual 
tão interessante que tenha potencial para se converter numa experiência global assente nas afinidades de uma tribo à escala mundial, com necessidades e valores comuns.
Seja qual for o público ou a forma como este se desnata, a verdade é que o marketing é feito de pessoas para pessoas. Enfim, antes de consumidores, anónimas estatísticas de um segmento, membros de uma organização ou números numa base de dados imensa, somos seres humanos, comuns mortais, almas especiais dentro de embalagens imperfeitas.
As decisões de compra nas empresas e as escolhas dos produtos que entram em cada lar são tomadas por pessoas com emoções, aspirações, racionalidade e sentido prático. Estas pessoas querem fazer escolhas que os outros percebam como inteligentes, querem proporcionar alegria e bem-estar aos que as rodeiam, querem ser inovadoras ou meramente eficazes na forma como encontram soluções para satisfazer um conjunto de necessidades.
As pessoas querem sentir-se parte de algo maior do que elas próprias, querem pertencer a um grupo, querem sentir-se incluídas. Mas, ao mesmo tempo, não querem ser tratadas como "mais um", como um indiferenciado ou como um "ninguém".
Os seres humanos são complicados e o desafio do marketing é descodificar esta complexidade comunicando de forma simples, de ser humano para ser humano.




segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Marketing com conteúdo

Assumindo que a expressão "content marketing" se pode traduzir como "marketing com conteúdo" pergunto-me se a assunção de que existe tal versão de marketing implica aceitar que existe muito marketing vazio...
A definição formal é a de que o marketing com conteúdo é uma técnica que visa a criação e difusão de informação relevante, com o objectivo de atrair, interessar e envolver um público claramente identificado, designado por audiência.
Blá, blá, b...
No marketing tradicional a tal audiência tem muitos zeros, na quantidade de pessoas mas também na forma como estas são consideradas pelos estrategas. Cada potencial consumidor é um zero anónimo descrito com apelo a umas tantas variáveis que o arrumam e empurram entre segmentos.
Sabemos todos que no contexto actual os anúncios televisivos são ignorados, a publicidade na imprensa ou em outdoors tem carácter paisagístico, os spots de rádio têm de competir com a menina do GPS ou com uma chamada de telemóvel, os banners e botões que aparecem no écran quando surfamos pela internet são uma espécie de mosquito que enxotamos com um simples deslizar de dedo.
Os consumidores recebem cada vez mais informação embrulhada em pacotes bonitos, a apresentação de um produto em forma de emoção tornou-se banal, a proposta de compra como uma experiência sensorial imperdível raras vezes é percebida como credível. As empresas que se refugiam nas técnicas tradicionais de comunicação sujeitam-se a uma posição secundária na "liga dos últimos" num campeonato onde são cada vez mais altas as paradas e mais exigentes as expectativas.
A partir do momento em que existe uma marca que comunica em tempo útil via Twitter é legítimo que se gere uma ânsia de comunicação bidireccional entre o consumidor e as outras marcas que o motivam.
Nós, enquanto consumidores, tendemos a absorver conteúdos de origem variada antes da tomada de qualquer decisão de forma instintiva, compulsiva ou paranóica. Não o fazemos porque somos esquisitos, picuinhas ou nerds. Recorremos a esta plêiade de informação tão vasta e diversificada quanto possível apenas porque podemos, porque ela está lá, e já agora porque acreditamos que este conhecimento que precede uma tomada de decisão faz de nós menos parvos, mais astutos e excelentes homens/mulheres de negócios.
Do lado da empresa, esta capacidade para passar informação de uma forma que não seja monótona nem monocórdica, encontrando os meios, as formas e as palavras para interessar o público-alvo não é uma tarefa com princípio, meio e fim mas sim um colossal desafio contínuo.



domingo, 2 de fevereiro de 2014

O marketing do Superbowl

Por muito fanáticos que sejam os americanos por futebol (americano, entenda-se) não é verdadeiramente o desporto em noite de final que os mantém agarrados ao televisor durante um par de horas.
O Superbowl é um evento de marketing e são os anúncios dos comerciantes a fonte das espectaculares audiências. Para provar o facto, no dia antes da final, as televisões e redes sociais passam mais tempo a analisar os anúncios do que a dissertar sobre os prognósticos do jogo.
As estatísticas são impressionantes:
2,5 milhões de dólares por
30 segundos
com um potencial de audiências
140 milhões espectadores, o que equivale a 40% dos lares americanos.

Quando uma empresa está disposta a investir tanto dinheiro para aumentar a notoriedade ou reconhecimento de uma marca a mensagem só pode ser fantástica!
Os espectadores esperam dos anúncios que vão preencher os intervalos do Superbowl um índice de inovação e espetacularidade acima do habitual, sendo que para as famílias que possuem Tivo (um aparelho que permite, por exemplo, passar por cima dos anúncios nos intervalos) o que se verifica é que em muitos lares os anúncios no Superbowl para além de não serem ignorados são até vistos em modo rewind.
Este ano, por exemplo, um dos anúncios produzido para o evento pela Budweiser já teve quase 34 milhões de visualizações no Youtube Budweiser Superbowl 2014.
A CBS, a estação que emite o evento, criou um grupo cristão conservador - o Focus on the Family for Superbowl Liv - cuja missão é fazer um escrutínio prévio dos anúncios que vão passar no intervalo do jogo. Sucede porém que uma marca ser banida por este grupo pode ser tão ou mais impactante como ser aprovada para passar na emissão.(Anúncio banido no Superbowl)
A final da NFL pode ser comparada em termos de audiências a uma final da taça UEFA. O carnaval publicitário que rodeia esta final não é todavia tão milionário já que, por um lado os anunciantes canalizam parte da sua dotação de investimento de marketing para o patrocínio das equipas, nomeadamente para a impressão do nome da marca nas camisolas dos jogadores; por outro, a Superbowl tem como público um país imenso com um forte denominador comum em termos de cultura dominante, enquanto que a Champions League é vista a nível europeu, em mercados distintos onde nem sempre são viáveis estratégias de comunicação tão genéricas. Por exemplo, para o universo alvo da Superbowl é viável a inserção de um anúncio à cerveja Budweiser, mas no universo europeu não teria um efeito tão mágico sobre consumo e notoriedade, seria um mero momento de entretenimento, demasiado caro quando o objectivo final de qualquer campanha é gerar vendas. Em Portugal já é difícil quanto baste conciliar estratégias futebolísticas com marcas como a SuperBock e a Sagres dada a conotação regional destas cervejas...
Em 1979, a Coca-Cola criou um anúncio que a história da publicidade descreve como culturalmente icónico. O Mean Joe Green Coke não é sobre um miúdo que trata de forma simpática um jogador conhecido pela sua dureza, nem tão pouco sobre as propriedades refrescantes da Coca-Cola. Este anúncio é uma mensagem de reconciliação para uma sociedade que fervilhava em conflitos raciais em finais da década de setenta.
Em 1984 a Apple investiu em publicidade num anúncio para o Superbowl com o objectivo de comunicar o Macintosh. O anúncio foi realizado por Ridley ScottApple 1984. No caso particular este filme publicitário (parece sacrilégio designá-lo por anúncio) evoca o medo nas novas tecnologias que George Orwell descreve no seu livro "1984". Este filme foi para o ar uma única vez e inaugurou uma nova era conhecida por event marketing, em que se comunica uma experiência e não um produto. 
Assim se vivem as finais da Superbowl, assim se contam as histórias do marketing...